PF
faz 84 perguntas a Temer sobre inquérito do caso JBS.
Do R7, com Reuters e Estadão Conteúdo
Governo tentou impedir que os questionamentos fossem feitos. Ueslei Marcelino/Reuters |
O
presidente Michel Temer (PMDB) recebeu na tarde
desta segunda-feira (5) um questionário com 84 perguntas a respeito do
inquérito aberto no STF (Supremo Tribunal Federal) a que ele responde a partir
da delação do empresário Joesley Batista, um dos sócios da JBS.
Os
questionários foram entregues inicialmente ao criminalista Antonio Claudio
Mariz de Oliveira, defensor de Temer. Um representante da equipe de Mariz
repassou-as a Temer.
A
partir do recebimento, o presidente tem 24 horas para responder aos
questionamentos, segundo decisão tomada na semana passada pelo ministro Edson
Fachin, relator do inquérito no STF. O teor das perguntas, até o momento, não
foi tornado público.
Ao
contrário do que esperava o Palácio do Planalto, Fachin também decidiu que a PF
poderia sim formular perguntas a respeito da conversa gravada entre Joesley e Temer.
O
governo tentou, sem sucesso, impedir que esses questionamentos fossem feitos
por entender que estava pendente uma perícia no áudio da conversa. Joesley fez
a gravação às escondidas — o presidente não sabia que sua visita no Jaburu estava
munida de um gravador.
Nessa
conversa, Joesley narrou a Temer uma rotina de crimes, como o pagamento de
contribuição de R$ 50 mil mensais ao procurador da República Ângelo Goulart e
mesada milionária da Eduardo Cunha, em troca do silêncio do ex-presidente da
Câmara, preso desde outubro de 2016 na Operação Lava Jato.
Segundo
os investigadores, a reunião serviu para Temer "escalar" Rocha Loures
como seu interlocutor com a JBS para tratar dos interesses do grupo no governo.
Temer alega que o áudio foi "manipulado,
adulterado". O áudio está sendo submetido a uma perícia no
Instituto Nacional de Criminalística, braço da Polícia Federal.
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