Revisões
da Petrobras e estoque alto de etanol derrubam preço da gasolina.
O preço médio da gasolina tipo C, a comum,
diminuiu de R$ 3,749 para R$ 3,678 nos últimos 30 dias, segundo levantamento da
ANP (Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis). A queda de
R$ 0,07 na bomba em um mês tem duas razões: a revisão constante de preços da
Petrobras e a queda do valor do álcool anidro, que é misturado ao combustível.
O
diagnóstico é do presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de
Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo, José Alberto Paiva Gouveia.
— No mercado
internacional, caiu o preço do barril de petróleo, e a Petrobras está seguindo.
Então, houve uma queda. Além disso, o álcool anidro teve uma queda forte no
mercado nacional. Esse somatório traz baixa de custo para os postos, o que é
repassado ao consumidor.
A
Petrobras mantém sua política de revisão de preços pelos menos uma vez a cada
30 dias, o que lhe dá a flexibilidade necessária para lidar com variáveis com
alta volatilidade. No último anúncio, feito no final de fevereiro, a empresa reduziu o preço da gasolina em 5,4%,
em média, nas refinarias. Vale lembrar que não é sempre que essa queda é
repassada ao consumidor.
Ao
mesmo tempo, a queda do preço do etanol colabora para a diminuição do valor da
gasolina. Isso porque, desde março de 2015, a gasolina brasileira possui 27% de
etanol anidro, conforme determinação do Ministério da Agricultura. Portanto, o
preço do etanol interfere diretamente no preço da gasolina.
O
Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP
(Universidade de São Paulo), que monitora os preços dos produtores, indicou que
o etanol anidro ficou R$ 0,10 mais barato em 30 dias — passou de R$ 1,75 para
R$ 1,65. O motivo é o estoque, que está alto, segundo o presidente do
Sincopetro.
— Os produtores não
venderam o que queriam em dezembro e janeiro. Portanto, não venderam o que
tinham no estoque. Agora em março aumentou a venda do etanol e vai continuar
assim ao longo dos próximos meses.
A
Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) explicou que a queda nos preços do
etanol se deve ao comportamento do mercado (lei da oferta e da demanda): se a
procura está menor, os preços baixam para que as pessoas possam consumir. Além
disso, tem a questão de competitividade de preço com a gasolina. Ambos os
fatores contribuíram para a queda do valor do etanol.
Vale
lembrar que esse produto não é o mesmo vendido nos postos do País — o motorista
abastece com o etanol hidratado, cujo preço médio cobrado pelo produtor está em
R$ 1,52 — há um mês, estava R$ 1,66.
Sobre
esse valor, incidem tributos como ICMS (25% para a gasolina e 12% para o etanol
em São Paulo), PIS/Cofins e a Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio
Econômico) e as margens de lucro das distribuidoras e postos. Em média, esse
etanol que serve para abastecer o carro está em R$ 2,74 nos postos do País.
Fonte: R7
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