Carne
Fraca: Ministério da Agricultura diz que primeiras denúncias aconteceram há
sete anos e afasta 33 servidores.
Do R7, com Agências
O
Ministério da Agricultura disse nesta sexta (17) em coletiva de imprensa que 33
servidores foram afastados após a Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que
aponta para um esquema de pagamento de propina para fiscais do ministério a fim
de liberar carne imprópria para consumo.
Dos
33 servidores, quatro foram exonerados nesta sexta-feira (17), após a operação
ser deflagrada.
A
informação é do secretário executivo do Ministério da Agricultura, Eumar
Novacki, em entrevista coletiva.
— Esses episódios nos
deixam indignados e contrariados até porque estamos fazendo trabalho
reconhecido e situações como essa trazem dano a imagem. As primeiras denúncias
aconteceram há quase 7 anos atrás e há dois anos as investigações e culminaram
nessa operação.
O ministério tem cerca de
11 mil servidores. Novacki disse ainda que procedimentos de fiscalização já
haviam sido alterados pelo Minstério no ano passado.
— O ministro [Blairo
Maggi] pediu que uma série de procedimentos fossem modificados, entre eles os
de inspeção. Uma portaria proibiu um dos fatos que culminou na operação, como a
remoção de fiscais sem motivo aparente. Em novembro, através de uma portaria,
acabamos com isso.
Novack disse que os
produtos com problemas são "poucos" dentro do universo de boa
qualidade da carne brasileira.
— A população brasileira
pode ficar tranquila, os produtos brasileiros são de qualidade e é por isso que
exportamos para 150 países. Os riscos são muito pequenos, de mais de 4 mil
estabelecimentos nós temos 21 sob suspeita.
Ele disse ainda que a
população brasileira pode consumir os produtos normalmente.
— Nosso sistema de
vigilância sanitária é de um dos mais respeitados. Se perceberem qualquer
problema comuniquem o ministério que irá resolver todos os problemas.
Novacki
completou que em 15 dias a o Ministério terá informações precisas sobre os
lotes com problemas.
Mais
cedo, o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, falou em tolerância zero dentro
da pasta e disse que as investigações apontam para um "crime contra a população
brasileira". Maggi cancelou a licença que tiraria na próxima semana para
gerenciar a crise.
A
operação
As
investigações da PF apontam que um suposto esquema de pagamento de propinas
para liberrar carne imprópria seria liderado por fiscais agropecuários federais
e empresários do agronegócio.
Segundo
a PF, a operação detectou em quase dois anos de investigação que as
Superintendências Regionais do Ministério da Pesca e Agricultura do Estado do
Paraná, Minas Gerais e Goiás "atuavam diretamente para proteger grupos
empresariais em detrimento do interesse público".
A
operação desta manhã foi a que envolveu o maior número de agentes da PF na
história, cerca de 1100 policiais federais que foram às ruas cumprir 309
mandados judiciais, sendo 27 de prisão preventiva, 11 de prisão temporária, 77
de condução coercitiva e 194 de busca e apreensão em residências e locais de
trabalho dos investigados e em empresas supostamente ligadas ao esquema. Foram
presos executivos da JBS e da BRF, as maiores empresas do setor no País.
As
ordens judiciais foram expedidas pela 14.ª Vara da Justiça Federal de
Curitiba/PR e estão sendo cumpridas em 7 Estados - São Paulo, Distrito Federal,
Paraná, Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás.
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