Sete
em cada 10 desempregados estão dispostos a ganhar menos, dizem SPC e CNDL.
Com a taxa de desemprego em alta e
sem perspectivas de melhora para os próximos meses, sete em cada 10 brasileiros
desempregados estão dispostos a ganhar menos do que no último trabalho, mostra
pesquisa inédita feita pelo SPC Brasil (Serviço de Proteção ao Crédito) e a
CNDL (Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas).
As principais justificativas para aceitar um
salário menor são a necessidade de pagar as despesas e de voltar ao mercado de
trabalho. A maioria dos que topariam uma remuneração inferior é formada por
homens e pessoas que fazem parte das classes C, D e E.
Entre os se recusam a receber menos, que são
principalmente mulheres e pessoas que pertencem às classes A e B, argumenta-se
que ganhar um salário menor significaria um retrocesso na carreira
profissional. Eles afirmam também que, uma vez dado esse passo para trás,
dificilmente conseguiriam voltar à remuneração anterior.
Mesmo com a maioria aceitando salários
menores, as oportunidades que aparecem são poucas. Segundo a pesquisa, 60% não
estão sendo chamados para entrevistas.
Com a baixa oferta de vagas, existe uma
parcela de 5,8% que desistiu de procurar trabalho e agora está apenas à espera
de uma chance. Outros 14,2% recorrem a fontes alternativas de renda enquanto
não acham um trabalho formal. Os 80% restantes ainda procuram um emprego.
"A questão não passa apenas pela qualificação, e sim pela
fragilidade atual da economia brasileira, que não oferece as condições
necessárias para que sejam criados novos empregos", afirma o presidente do
SPC Brasil, Roque Pellizzaro. "Para 2017, a expectativa é de um cenário
econômico melhor do que em 2016, mas a recuperação deve se tornar mais sólida
apenas no segundo semestre", acrescentou.
O levantamento aponta também que metade dos
desempregados está nesta condição por um período de até seis meses. A média do
período sem trabalho é ainda maior, de 12,2 meses, ou um pouco mais de um ano.
E entre os que foram demitidos, nove em cada 10 alegaram motivos externos, como
a crise econômica ou a necessidade da empresa de cortar custos.
A pesquisa, que entrevistou pessoalmente 600
brasileiros desempregados acima de 18 anos, de ambos os gêneros e de todas as
classes sociais nas 27 capitais, destaca que a maioria dos desempregados hoje é
formada por mulheres (58%), pessoas que fazem parte das classes C, D e E (89%),
possuem filhos (56%) e têm o ensino médio completo (65%). A idade média é de 36
anos.
Fonte: Estadão Conteúdo
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