Envelhecimento
da população tornará câncer mais comum, mas avanços no tratamento diminuirão
número de mortes.
Do R7
Os avanços da medicina e o maior acesso à saúde possibilitaram o
aumento da expetativa de vida no Brasil e no mundo. Se por um lado as pessoas
estão vivendo mais, por outro, elas necessitam de mais cuidados. Estudos
apontam que o envelhecimento está ligado ao aumento da incidência de câncer
devido a alterações fisiológicas relacionadas à idade.
No Dia Mundial de
Combate ao Câncer, lembrado neste sábado (4), especialistas fazem alerta sobre
prevenção e diagnóstico precoce da doença. Para o presidente da Sociedade
Brasileira de Oncologia Clínica, Gustavo Fernandes, estes dois fatores são
fundamentais para diminuir as mortes. Hoje, o câncer é a segunda causa de
mortes no País, superado apenas por doenças cardiovasculares, segundo a OMS
(Organização Mundial da Saúde).
— Tem que
dar atenção à prevenção para evitar que o câncer apareça e ao diagnóstico para
descobrir a doença no início e ter mais chances de cura. Mas o maior problema é
que a demora na saúde pública no Brasil.O paciente percebe sangue nas fezes,
por exemplo, que pode estar relacionado a algum problema no intestino grosso ou
no estômago, e tenta marcar uma consulta, mas ele só consegue ver o médico
meses depois. Aí demora mais ainda para ele fazer uma colonoscopia e, quando
sai o resultado, a doença já está em estágio avançado.
Dados do Inca (Instituto Nacional do Câncer (Inca) apontam que o
câncer deve atingir 596 mil pessoas somente no Brasil, neste ano. O tipo de
câncer mais incidente entre homens e mulheres é o de pele não melanoma. Entre
os homens, os mais frequentes são os de próstata, pulmão e cólon e reto. Já nas
mulheres, as maiores incidências são de cânceres de mama, cólon e reto e colo
do útero. De acordo com a UICC (Union for International Cancer Control), 8,2
milhões de pessoas morrem a cada ano em decorrência do câncer no mundo, sendo
que 4 milhões morrem prematuramente entre 30 e 69 anos.
Além
da lentidão no sistema público de saúde, os pacientes ignoram sintomas que
parecem banais e demoram para procurar atendimento médico em muitos casos. E
isso não é exclusividade do Brasil, informa o especialista.
— Um estudo do ano
passado feito na Inglaterra mostrou que os pacientes demoram meses para ir ao
médico quando notam algo errado porque desprezam os sintomas. Uma dor que não
desaparece, sangramento, tosse persistente etc. Com o diagnóstico tardio, o
tratamento tem menos chance de cura, é mais sofrido e custa muito mais caro
para o Estado.
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