Petrobras
anuncia alta no preço do diesel nas refinarias; gasolina não sobe.
A Petrobras anunciou
nesta quinta-feira (5) que vai subir novamente o preço do diesel nas
refinarias, para que fique mais alinhado com o preço no exterior. A alta do
óleo diesel será de 6,1%, em média, e a mudança entra em vigor nesta
sexta-feira (6). A gasolina ficou de fora do reajuste desta vez.
A
mudança é no preço das refinarias, o que significa que o preço final para o
consumidor pode não subir, necessariamente, na mesma proporção. Se esse
reajuste for repassado ao consumidor integralmente, o diesel pode ficar 3,8%
ou cerca de R$ 0,12 por litro mais caro, calcula a estatal.
A
estatal havia anunciado duas vezes queda nos preços para as refinarias --em 14 de outubro e em 8 de novembro. Porém, em muitos Estados os preços nas bombas subiram em vez de
cair. Em dezembro, a estatal decidiu aumentar o preço dos combustíveis nas
refinarias.
Preços
serão revistos ao menos uma vez por mês
A
medida faz parte de uma nova política de preços adotada pela direção da empresa
no ano passado.
Essa política é norteada por dois
fatores: o preço do petróleo no mercado internacional (incluindo gastos com
transporte e taxas portuárias) e uma margem para lucro, impostos e proteção de
riscos, como variações na cotação do dólar.
A
empresa diz que não vai cobrar preços abaixo dos praticados no exterior,
ou abaixo dos custos.
Os
preços serão revistos pelo menos uma vez por mês pelo Grupo Executivo de
Mercado e Preços da Petrobras, formado pelo presidente da estatal, Pedro
Parente, o diretor de Refino e Gás Natural, Jorge Ramos, e o diretor
Financeiro e de Relacionamento com Investidores, Ivan Monteiro.
Petrobras
não repassou preços no passado
A
política de preços da Petrobras foi alvo de críticas no passado, principalmente
no governo da presidente Dilma Rousseff. Os preços dos combustíveis no Brasil
são controlados pelo governo, que é sócio majoritário da petroleira.
Em
geral, a empresa compra combustíveis no exterior e revende-os no país.
No
início de 2016, a cotação do petróleo no mercado internacional caiu a níveis históricos, mas a Petrobras
decidiu não repassar essa queda para o preço dos combustíveis. Ao importar
combustível mais barato e vendê-lo pelo mesmo preço de antes, os ganhos da
Petrobras com a revenda aumentaram.
Na
época, críticos afirmaram que, ao manter os preços artificialmente, o
governo estava usando a política de preços para recuperar parte do que perdeu
quando o petróleo estava caro lá fora --e o preço não subiu aqui-- e para
tentar aliviar as contas da Petrobras, em meio a um endividamento muito
grande da companhia.
A
então presidente Dilma Rousseff disse, na
ocasião, que "o governo não tem nada a ver com subir ou baixar o preço da
gasolina" e que cabe à Petrobras avaliar se é o caso de reduzir os preços
dos combustíveis no país.
Da Reuters
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