domingo, 8 de janeiro de 2017

Acidentes caem nos meses de férias após "Lei do Farol".

Lei do farol baixo mesmo durante o dia entrou em vigor em julho, foi suspensa, mas voltou a valer em outubro. Nilton Cardin/Estadão Conteúdo


A recente obrigatoriedade do farol baixo nas rodovias mesmo durante o dia pode até ter pego motoristas de surpresa. Mesmo assim, com a chamada “Lei do Farol” em vigor nos meses de férias, já é possível identificar queda no número de atropelamentos e colisões frontais justamente quando as estradas recebem mais carros. Por outro lado, especialista alerta para a falta de informação e o pouco tempo de casos até agora.
Segundo dados da Polícia Rodoviária Federal, de 23 de dezembro de 2015 a 6 de janeiro de 2016, foram registrados 108 atropelamentos, sendo 34 mortos e 43 gravemente feridos. Em igual período já em 2017, a quantidade de ocorrências caiu para 80, com o mesmo número de mortos e 32 feridos gravemente. Apesar da queda real de 26% dos casos e de feridos gravemente, o mesmo número de vítimas fatais representa um alerta.
O assessor de comunicação social da PRF, Diego Fernandes Brandão, explica que qualquer medida que objetive a visibilidade é benéfica para o trânsito de maneira geral. A lei 13.290 entrou em vigor em 8 de julho e, depois de ter suspensa a aplicação de multas, voltou a valer em outubro após novo entendimento enviado pelo Denatran (Departamento Nacional de Trânsito) aos órgãos locais.


“O uso do farol baixo não é apenas para garantir que o motorista veja o que está à sua frente, mas também, para que seja visto por outros motoristas e pedestres”, disse Brandão.


Além dos atropelamentos, o número de colisões frontais apresentou quedas ainda maiores: 43% (de 282 para 160 ocorrências), 42% (127 para 74 no número de mortos) e 52% (239 para 114 na quantidade de feridos com gravidade).
Os dados dão uma ideia de maior segurança nas estradas federais, mas, o especialista preferem a cautela antes de comemorar os resultados. O Natal e o Ano Novo em um domingo seriam também fatores para diminuir o número de motoristas rumo ao litoral ou ao interior por exemplo. Mais do que isso, a incidência ou não de chuvas pode ser um fator preponderante na variação negativa.
Professor de engenharia de tráfego da Unicamp, Percival Bisca ratificou a segurança do uso do farol baixo em rodovias mesmo durante o dia. Ainda assim, o especialista prefere esperar os efeitos positivos, inclusive, com mais campanhas educativas.


“Certamente existe um efeito positivo. O farol baixo de dia não é para ver, é para ser visto. E é bastante fácil de notar que você enxerga melhor carros no sentido contrário”, disse Bisca. “Mesmo a pessoa estando completamente consciente da lei, às vezes pode esquecer e, por isso, acho que uma campanha maior seria necessária, assim como uma notificação na casa do condutor e uma tolerância maior antes da primeira multa.


De 23 de dezembro de 2016 a 6 de janeiro de 2017, 41.719 motoristas foram multados por “em movimento de dia, deixar de manter acesa luz baixa nas rodovias” de todo o País. A infração é média e acrescenta quatro pontos na CNH (Carteira Nacional de Habilitação) e multa no valor de R$ 130,16.




Fonte: R7

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