Crise
faz número transplantes de órgãos cair em 2016, diz ministério.
O crescimento no número de transplantes
perdeu fôlego com a crise econômica e deve crescer em ritmo menor que o número
de doadores. A projeção do Ministério da saúde para este ano é de que o
transplante de órgãos sólidos caia de 7.772 para 7.550 em relação ao ano
passado. Esta é a primeira queda desde 2005. Os dados foram apresentados ontem (17) no lançamento nacional de Doação de Órgãos na Casa Brasil, zona portuária
do Rio de Janeiro. A campanha brasileira coincide com a da campanha mundial de
doação de sangue.
A coordenadora do Sistema Nacional de
Transplante, Rosana Rios Nothem, explicou que, apesar da diminuição desse tipo
de transplantes, o crescimento segue sustentável. A projeção do Ministério da
Saúde para este ano é 24.182 transplantes, 600 a mais que em 2015. Em 2014,
foram 23.227.
“Em um contexto de crise é perfeitamente esperado, os estados estão
passando por dificuldades, qualquer modalidade assistencial acaba sofrendo
algum revés. E o transplante é uma modalidade assistencial cara, de difícil absorção
tecnológica”, disse.
Cerca de 42.523 mil pessoas aguardavam na
fila para transplante até 30 de junho deste ano. No ano passado havia 41.236
pessoas na lista de espera.
“Provavelmente os transplantes que demandam tecnologias mais avançadas
estão tendo mais dificuldade de serem feitos. Leitos foram fechados em alguns
estados e os hospitais de ponta acabaram mais demandados. A capacidade
instalada talvez não tenha se conseguido manter por conta dessa situação mais
crítica de desabastecimento dos hospitais”, disse. “Isso faz com que a gente
tenha que aperfeiçoar as estratégias de cuidado do doador, pois quanto melhor
for o órgão que entregarmos, mais tranquilo será para o sistema de saúde
administrar esse transplante e o pós-operatório desse transplante”.
Fonte: Agência Brasil
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