Câmara
não consegue achar Cunha e publicará notificação no 'Diário Oficial'.
A
Secretaria-Geral da Câmara dos Deputados informou nesta terça-feira (6) que não
conseguiu notificar pessoalmente o deputado afastado Eduardo
Cunha (PMDB-RJ) sobre a sessão convocada para o próximo dia 12
destinada a votar seu processo de cassação e que, portanto, a notificação será
publicada no “Diário Oficial da União”.
No
entanto, a pedido de Cunha, uma notificação também será entregue pessoalmente
na quinta-feira (8) em Brasília.
De
acordo com a Secretaria-Geral, foram feitas três tentativas no gabinete e no
apartamento funcional ocupado pelo parlamentar em Brasília, mas ele não foi
localizado. Assessores tentaram ainda fazer a entrega no Rio de Janeiro, onde
ele tem residência declarada, mas não conseguiram. A notificação também foi
enviada pelo correio, com aviso de recebimento.
Diante
disso, a notificação, que é uma etapa burocrática exigida pelo processo, será,
então, publicada no "Diário Oficial da União", a fim de formalizar a
comunicação.
A
assessoria de imprensa de Eduardo Cunha chegou a divulgar nesta terça que o
parlamentar havia combinado com um assessor da Câmara para que fosse notificado na
quinta-feira (8).
Inicialmente,
a Secretaria-Geral informou que havia negado a proposta de Cunha. No entanto,
horas depois, comunicou que atenderá ao pedido do deputado afastado já que isso
não traz prejuízo ao processo.
O
processo disciplinar de Cunha, ex-presidente da Casa, ficou pronto para ser
levado ao plenário antes do recesso parlamentar de julho. No entanto, por
pressão de partidos da base aliada de Michel Temer, o atual presidente da Câmara,
Rodrigo Maia (DEM-RJ), marcou a votação somente para depois da conclusão do
processo de impeachment de Dilma Rousseff.
A
escolha da data sofreu críticas de partidos adversários de Cunha. Por ser uma
segunda-feira, dia geralmente esvaziado no Congresso Nacional, o receio de deputados
desses partidos é que não haja quórum suficiente, o que beneficiaria Cunha.
São
necessários 257 votos para que seja aprovado o parecer do Conselho de Ética que
pede a perda do mandato de Cunha.
"Esse não é o
problema [notificação de Cunha]. O prazo está longo. [...] Então, vamos deixar
o plenário decidir. O importante é que esse assunto tenha fim no dia 12 de
setembro", minimizou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia, questionado por
jornalistas sobre a dificuldade em notificar Cunha da votação.
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